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Cannabis na meia-idade, é possível discutir?


Quem olha para os trajes de Eitan Rosenthal, 54 anos, pode até não imaginar que por trás do andar tranqüilo, da camiseta listrada e calça bege desse cidadão comum, bate um coração canábico. Mais do que um mero “tiozinho”, o recifense, radicado em São Paulo desde os 18 anos, é uma espécie de “ativista anti-ativismo” da maconha, como o próprio diz: “no meu mundo a maconha é legalizada, no meu mundo eu não preciso fazer campanha.”


Criador do projeto 50:20, que trata de usuários de maconha acima dos 50 anos, Rosenthal conta que “quando eu penso no 50:20 e nos negócios que isso pode gerar, não penso em ficar rico, ganhar dinheiro, mas sim em viabilizar um estilo de vida mais globalizado que me deixe em contato com lugares onde a cultura da maconha é mais desenvolvida.”


O 50:20 surgiu no dia da Marcha da Maconha como uma ideia de juntar um grupo de coroas para ir até o evento. “No fim do dia eu e meus amigos percebemos que a gente precisava fazer daquele encontro um esforço permanente para atrair o pessoal da nossa geração que gosta de maconha, aliando a isso a ideia de ‘sair do armário’ em relação ao uso. Esse aspecto de fazer os caras saírem do armário não funcionou, pelo medo que os maconheiros têm de assumirem o uso e pessoas ao redor acabarem vendo aquilo de uma maneira ruim. Isso é crucial para o andamento da legalização, a mentalidade média, isso faz com que quem usa se sinta pressionado, amedrontado, então as pessoas não querem falar sobre isso.”


Nos EUA, essa mentalidade vem mudando gradualmente, conforme pesquisas de opinião realizadas nacionalmente em relação à legalização, feita pela CBS News em parceria com a empresa de mídia SSRS. Os dados obtidos mostraram que 31% da população idosa acima de 65 anos aprova a legalização, embora o número seja menor do que o demonstrado no ano passado (36%). Os números indicam também um aumento favorável à legalização entre os adultos de 35 a 65 anos (57% em 2016, contra 54% em 2015).

Estima-se ainda que mais da metade da população americana tenha experimentado maconha, um número que pode ser ainda maior, tendo em vista que a flexibilização das leis encoraje as pessoas a falar mais abertamente sobre o assunto.


Sobre os planos com a 50:20, Rosenthal é certeiro: “vou usar esse projeto tanto para me expor, quanto para usar da minha experiência com redes sociais, então estou criando uma plataforma, tenho um projeto editorial, e os posts que são legais eu compartilho. O projeto ainda é pequeno mas está crescendo rápido, estamos com quase 1000 likes. E dentro dessa ideia de integrar o que já faço com a maconha, quero trabalhar também com um projeto etnográfico sobre os usuários de maconha, afinal, nada melhor do que conhecer o seu próprio públco e não só ele mas também quem não gosta.”


Projetos como 50:20 surgem como um espaço de encontro, ainda que virtual, para essa população mais velha que também tem um contato próximo com a cannabis, e são essenciais para o entendimento do assunto,abrindo cada vez mais canais de diálogo entre a população, criando a conexão entre cidadãos de diversas gerações.

imagens: 50:20; Pedro do Val; fourtwenty.us

Fontes: http://www.aoa.acl.gov/Aging_Statistics/index.aspx; http://www.cbsnews.com/news/marijuana-use-and-support-for-legal-marijuana-continue-to-climb/

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