China visa expansão econômica com mercado da cannabis e do cânhamo
A Ásia é conhecida por sua pluralidade de culturas, costumes e tradições. Um dos continentes mais ricos e o mais populosos do mundo em números absolutos, alguns países da região já se movimentam, observando atentamente as mudanças do ocidente em relação à maconha.
E como não poderia deixar de ser, a China está na dianteira das nações que estão atentas à legalização da cannabis. De acordo com a Wipo (World Intellectual Property Organization), as empresas chinesas são responsáveis por 309 das 606 patentes existentes relacionadas à cannabis.
As empresas detém os mais variados tipos de patentes, que dão conta desde produtos da medicina tradicional chinesa até inovações como uma película medicinal desenvolvida para ser administrada sobre a pele, similar aos adesivos analgésicos que se tem no mercado atualmente.
A China também desempenha um papel crucial para a história da cannabis. Estima-se que os primeiros indícios de uso da erva em sociedade tenham vindo do país oriental, devido à escritos antigos que tratam do uso da planta. De acordo com o Museu do DEA (Drug Enforcement Agency) dos EUA, os primeiros escritos sobre a cannabis são advindos do Imperador Shen Nung e datam de 2727 A.C.
Pesquisas recentes, como a que descobriu 13 plantas de maconha em um túmulo de mais de 2500 anos de existência, mostram que a cannabis está no mundo há bem mais tempo do que se imagina. Realizada pela University of Chinese Academy of Scienes, a pesquisa encontrou três tumbas dentre um grupo de 240 onde foram encontradas partes da planta.
Outro mercado que tem um potencial de expansão é o do cânhamo, que já desempenha um papel importante na economia chinesa. Com a fibra da planta, é possível desenvolver inúmeros insumos de diversas utilidades, desde comestíveis, a tecidos.
É possível ainda que num futuro próximo, a China legalize a cannabis medicinal, porém, o Partido Comunista considera a maconha recreativa uma ofensa grave. Há uma diferenciação cultural, pois para os chineses, o cânhamo nada tem a ver com a maconha recreacional, o que demonstra como a maconha é diversamente assimilada em diferentes regiões do globo, e como as sociedades desenvolvem-se (ou não) a partir dessa relação.
Fontes: http://www.independent.co.uk/news/world/asia/as-cannabis-is-widely-legalised-china-cashes-in-on-an-unprecedented-boom-9039191.html
https://www.leafly.com/news/politics/5-cannabis-talking-points-for-chinese-president-xi-jinping
http://qz.com/163726/china-is-cornering-the-cannabis-patent-market/
http://www.theverge.com/2016/10/10/13231772/ancient-pot-marijuana-cannabis-archaeology-tomb-china
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