Sediña: a multinacional do cânhamo
A história da Sediña começa com o sonho de um jovem que queria empreender unindo paixão e profissão. Fabio Bastos, carioca, entusiasta da cannabis, e mais ainda do cânhamo, seguiu para o Uruguai em 2013 para montar a empresa que segundo ele, ‘tomou um rumo que eu nem esperava’.
Inicialmente, a Sediña foi fundamental para a própria regulação da cannabis no Uruguai, sendo uma das primeiras a basear suas atividades na maconha legalizada. Formada para ser uma opção no mercado de papéis de fumo, a empresa logo ganhou seu espaço em outras áreas, graças à boa visão de negócios de Bastos, ‘apesar de estar lá no Uruguai, tive problemas com burocracia e com a estrutura da produção do país, então comecei a correr atrás de um lugar onde pudesse desenvolver a minha ideia’.
Com uma estratégia fixa de produzir a partir do cânhamo, foi atrás de um local onde a indústria fosse favorável à expansão de seus negócios, chegou até a China. ‘Na China, o governo e a população tem uma cultura em relação ao cânhamo que é totalmente diferente separada da maconha, eles diferenciam bem, porque na verdade, elas são coisas distintas. Com o cânhamo, eu posso produzir de tudo, desde um plástico até uma roupa ou comida, o que eu quiser. Atualmente eu tenho um projeto no ramo da construção civil, o Hempcrete com uma empresa indiana, estamos desenvolvendo casas à partir do tijolo de cânhamo. É uma planta com inúmeros potenciais.’
Bastos hoje tem uma parceria firmada com o governo chinês, através do China Hemp Research Center, um centro governamental de estudos sobre o cânhamo, e é responsável pelas tratativas de negócios com parceiros da América do Sul que queiram investir no país chinês.
Além disso, a Sediña hoje atua em diversas áreas, desde a linha de tabacaria até tecidos, alimentos e medicamentos. O diferencial da marca é que o montante arrecadado com as vendas de seda e revertido para a área de pesquisa e desenvolvimento da cannabis.
Cada uma das atividades da Sediña é desenvolvida em parceria com uma empresa do ramo, sendo elas de diversas partes do mundo. Presente em 18 países na Ásia, Europa e América do Sul, a Sediña é uma das multinacionais de um mercado que se desenvolve exponencialmente a cada dia.
Sobre negócios no Brasil, Fabio Bastos diz que ‘é complicado trabalhar no país porque as leis são deficientes, não sabem separar maconha e cânhamo, acham que é tudo a mesma coisa, então é preciso que as pessoas saibam dessa diferença.’
A história da empresa e de Fabio Bastos mostra como é ampla a atuação dessas plantas e como o potencial de suas variedades pode ajudar o desenvolvimento de novas alternativas, seja na medicina, na indústria alimentícia e até mesmo, na construção civil.
Imagens: Twitter Sediña; Fabio Bastos