Cannabis medicinal avança no Brasil
2017 começa como um ano promissor para a cannabis medicinal no Brasil. Depois que as famílias de Margarete Brito e Alexandre Meirelles conseguiram aval do estado para o plantio de cannabis medicinal, usada em tratamentos para seus filhos, a bancária Maria Aparecida de Carvalho conseguiu também na justiça, o direito de plantar cannabis, da espécie harle-tsu, rica em CBD, para o tratamento de sua filha Clarian, que sofre de Síndrome de Dravet, uma das doenças raras combatidas de forma eficaz pela cannabis.
Além disso, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou nesta segunda-feira, 16, de forma inédita, o registro do primeiro medicamento à base de cannabis no país. O Mevatyl já é autorizado em 28 países, incluindo Estados Unidos, Alemanha, Israel e Canadá e é utilizado para pessoas com espasticidade (rigidez muscular) de moderada à grave, causada pela esclerose múltipla. Pacientes que não tiverem respondido à outros tratamentos podem recorrer agora a mais uma nova alternativa para melhoria da condição e qualidade de vida.
Desde o ano passado as autoridades nacionais vêm trabalhando caso a caso, mas para autorização de importação de remédios à base de cannabis, como ocorreu com a paisagista Katiele Fischer, primeira cidadã brasileira a ter uma liminar do gênero no país. Apesar do benefício que essa liberação trouxe, a disponibilidade dos remédios continuou escassa pelo alto custo do processo, que em alguns casos pode chegar a ate 1500 dólares ou mais de 4000 reais.
Outro ramo que tem dado passos importantes na pesquisa com a cannabis são as universidades brasileiras. A UFRJ, por exemplo, vem desenvolvendo um programa que visa analisar os óleos à base de cannabis para mensurar, de fato, quais as porcentagens dos princípios ativos contidos em cada amostra, para se ter uma ideia melhor do funcionamento dessas substâncias no corpo humano.
Ainda há um longo caminho pela frente, mas tendo em vista o panorama mundial que a cannabis vem proporcionando, com cada vez mais países legalizando a planta e autorizando seu estudo, é provável que tenhamos mudanças importantes por aqui também, e mais rápido do que se estima.
Fontes: http://m.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2017/01/1850088-justica-autoriza-pais-a-plantar-maconha-em-casa-para-tratar-filhos.shtml
http://g1.globo.com/bemestar/noticia/anvisa-aprova-registro-de-remedio-a-base-de-cannabis-pela-1-vez-no-brasil.ghtml
Imagens: portalaraçagi.com.br/; revista Brasileiros; Brasil Post