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O caminho da Europa rumo à liderança do mercado canábico

Lançado recentemente, o estudo The European Cannabis Report, elaborado pela empresa inglesa Prohibition Partners, afirma que o continente europeu está se configurando para, no médio prazo, se tornar o maior mercado de cannabis do mundo. Esse processo, contudo, promete ser árduo, cheio de visões conflitantes, sobretudo sobre como a indústria irá se desenvolver e atrair investimentos.


Cinquenta países, 23 idiomas oficiais e infinitos traços culturais. A Europa tem uma população que é o dobro da dos Estados Unidos e Canadá somados, concentrada em uma pequena área geográfica. A questão da regulamentação da cannabis no Velho Continente ganha outras proporções quando inserida em um contexto político turbulento na União Europeia, que abrange 28 países, de Brexit, Independência da Catalunha e a ascensão da extrema direita. Parece que encontrar um mercado consolidado em toda a região em médio prazo pode ser otimista demais.


The European Cannabis Report


Embora a mudança de atitude em relação à cannabis medicinal tenha avançado bastante, o estudo aponta que só quando essa indústria for desenvolvida corretamente e explorada através de pesquisas é que haverá espaço para se discutir a regulamentação do mercado recreativo. Porém, à medida que surgem levantamentos relevantes sobre o potencial da indústria canábica em todas as suas esferas (medicinal, industrial e recreativa), a ideia de avançar nesse sentido fica cada vez mais atraente. Outro ponto que deve ser levado em consideração é a preferência dos europeus pela maconha – de acordo com o relatório do Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência (OEDT), em 2014, 19,3 milhões de europeus entre 15 e 64 anos consumiram maconha - uma estimativa de 5,7% da população do continente.


Países como Espanha, Itália e Polônia estão mostrando sinais positivos de crescimento. Isso porque, assim como a Alemanha, cujo Parlamento legalizou a maconha para fins medicinais em janeiro de 2017, eles estão trabalhando para ter sua indústria de cannabis medicinal regulamentada – e projetam um impacto significativo em várias indústrias por conta da versatilidade da planta, incluindo as áreas de beleza e bem-estar, fabricação, têxteis, alimentos e bebidas. O estudo calcula que o mercado canábico totalmente legalizado e regulamentado por toda a Europa valeria, anualmente, €56.2 bilhões.


Medicinal


Posição de países da Europa em relação à cannabis medicinal

Posição de países da Europa em relação à cannabis medicinal


Com a melhor chance de viabilidade e um mercado com mais de 739 milhões de pessoas, a indústria medicinal europeia da cannabis tem a chance de se tornar a maior do mundo. A expectativa aumenta com o nível recorde de investimento em pesquisas do tipo em vários países, como Estônia, Irlanda e República Tcheca, e com o gradativo crescimento da lista de doenças que podem ser tratadas com a cannabis – que variam de lúpus a Mal de Alzheimer, de câncer a hepatite C. A estimativa potencial para o tamanho do mercado medicinal canábico é de €35.7 bilhões por ano, com base em uma indústria totalmente legalizada na Europa.


Industrial


Posição de países da Europa em relação à cannabis industrial


O mercado industrial compreende, principalmente, o uso do cânhamo como matéria-prima para fins diversos. O estudo aponta um crescimento de 32% no cultivo da planta em 2016 – e há expectativa de crescer mais 20% em 2017. A França domina essa indústria na região, cuja estimativa anual de valor de mercado é de €48.9 milhões por ano. O promissor cultivo de cânhamo é fortemente regulamentado nos países que o produzem comercialmente – vários endossos e acreditações são necessárias.


Recreativa


Posição de países da Europa em relação à cannabis recreativa


Predominantemente ilegal em toda a Europa, o uso recreativo de cannabis ocorre às margens da lógica em cidades como Amsterdã, Copenhague e Barcelona, por exemplo. No entanto, o consenso sobre a regulamentação deste mercado que, de acordo com o estudo, tem um valor potencial de €20.5 bilhões por ano, ainda parece bem distante. O levantamento mostrou, porém, que a atitude da sociedade em relação ao uso recreativo da cannabis está mudando e, portanto, que existe uma chance moderada (50%) de probabilidade de legalização no médio prazo, ou seja, de 3 a 5 anos.


Saiba mais em:

https://www.prohibitionpartners.com/

http://www.dw.com/en/german-parliament-legalizes-cannabis-for-medical-consumption/a-37189942

https://www.vice.com/pt/article/jpqmxx/europa-drogas-fortes-puras


Imagens: Proibition Partners (The European Cannabis Report)

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