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Como​ ​é​ ​o ​processo​ ​de​ ​aceleração​ ​de​ ​startups​ ​canábicas?

No texto a seguir, publicado com exclusividade pelo Hypeness, João Paulo Costa, um dos fundadores do Ganja Talks e do aplicativo Who is Happy, conta sua experiência com o processo de aceleração pelo qual passou o app neste ano.

"Não há como negar: o Green Rush já é uma realidade. Da mesma forma que, entre 1848 e 1855, a extração de ouro na Califórnia, conhecida como Gold Rush, ofereceu a milhares de garimpeiros a oportunidade de acumularem riquezas antes não imagináveis, a corrida pelo bilionário mercado da cannabis já começou – e dá sinais de que veio para ficar.


De acordo com um estudo elaborado pela ArcView Market Research em parceria com a BDS Analytics, ambas especializadas em entender e mensurar o mercado canábico, em 2016, a indústria legal de maconha nos Estados Unidos movimentou US$ 6.7 bilhões – um crescimento de 34% ante o ano anterior.


A previsão é de que, em 2021, esse mercado ultrapasse a marca dos US$ 20 bilhões. Lá, onde a planta é legalizada em oito estados e Washignton D.C., 60% da população defende sua legalização para uso recreativo, de acordo com pesquisa recente da Gallup Poll. Isso porque a percepção dos americanos sobre a maconha, seus danos e benefícios potenciais está mudando. E é aí que empreendedores podem assumir um papel de inovação e responsabilidade nessa grande corrida.


À medida que o universo canábico se expande, surgem novas profissões, tecnologias, cursos, profissionais especializados e, claro, empreendedores focados neste mercado. Surgem, também, os processos de aceleração de startups canábicas, que acompanham e guiam os chamados ganjapreneurs – pessoas que, como eu, decidiram participar dessa corrida.



Sou criador do Festival Ganja Talks e do aplicativo Who is Happy, uma rede social criada para consumidores de cannabis que, neste ano, passou por um processo de aceleração através da CanopyBoulder, empresa americana especializada em escolher startups canábicas com potencial ao redor do mundo para investir – normalmente em torno de R$ 100 mil – e possibilitar seu pleno desenvolvimento, através de um programa de quatro meses que envolve, entre outras coisas, aulas e mentoria.


O conceito de aceleração envolve, sobretudo, a mudança de mentalidade do empreendedor, que, com as ferramentas certas, consegue desenvolver em apenas quatro meses o que demoraria dois anos para realizar sem esse apoio. O processo com o Who is Happy me permitiu ter uma visão mais abrangente e, ao mesmo tempo, aprofundada do mercado canábico.


Na prática, toda semana, participava de cerca de cinco palestras sobre assuntos relacionados tanto à cannabis quanto à administração da empresa – estratégias, análise de dados, marketing e investimento, por exemplo. Às quartas-feiras, as dez startups que estavam no programa tinham cinco minutos para apresentar suas empresas, um exercício chamado pitching practice.


Isso me ajudou a afinar a lógica do meu negócio e contextualizá-la com a do mercado de cannabis, que ainda é incipiente e também misterioso para todos nós. Essa etapa do processo é, na verdade, a preparação para o Demo Day, uma espécie de defesa de tese, onde cada ganjapreneur tem a chance de apresentar seu projeto para investidores e profissionais do mercado, com dados e projeções, assim como para o público final – uma plateia de cerca de 500 pessoas em um teatro.





A partir daí, a startup entra no modo investidor, no qual a busca por investimento é apoiada por uma série de eventos de networking, como bate-papos, confraternizações e encontros, que conectam os ganjapreneurs aos investidores do mercado.


No Brasil, embora o Green Rush ainda seja uma expectativa (cada vez mais próxima), já é possível encontrar investidores especializados em cannabis enxergando aqui uma oportunidade, sobretudo no âmbito medicinal, já que, em maio deste ano, a Anvisa reconheceu a cannabis sativa como planta medicinal – sinais de que, em breve, será dada a largada para a evolução do mercado canábico brasileiro".



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