Austrália arrecadaria bilhões com legalização da cannabis recreativa
Um relatório da New Frontier Data sobre o mercado canábico da Oceania estima que, em um cenário de legalização para fins medicinais e recreativos, a indústria legal da cannabis movimentaria cerca de US$5 bilhões anualmente no continente, equivalente a AUS$ 7,1 bi. A Austrália, país com maior PIB per capita e taxas mais elevadas de consumo de cannabis na Oceania, corresponde a 78% deste universo de cerca de 2,8 milhões de consumidores - Nova Zelândia representa 19% da fatia e os outros 3% são divididos entre os outros países do continente. Com exceção de alguns casos, como os países citados e Guam com cannabis medicinal legalizada e as Ilhas Marianas do Norte, que legalizaram também o consumo recreativo, a maioria do mercado total de cannabis na Oceania permanece ilícita.
O Oceania Cannabis Report levou em conta consumo ilegal na Austrália, que hoje gira em torno de US$ 4,5 bilhões, e modelos internacionais de indústrias reguladas, além do incipiente mercado medicinal, restrito no país ao tratamento de doenças crônicas, que não representa ainda a demanda real de pacientes por cannabis, segundo o relatório. Alto custo, baixa disponibilidade e regulamentações rigorosas impedem a aderência a esta alternativa. "Em setembro de 2018, havia pouco mais de mil pacientes com cannabis medicinal registrados na Austrália, que é uma taxa de participação de pacientes significativamente menor do que a comumente vista em mercados legais de cannabis medicinal", afirma a New Frontier Data.
Embora a maioria da população do país (84%) seja favorável à cannabis medicinal, o consumo social deveria ser legalizado para pouco mais de um terço dos australianos (35%), enquanto 73% da população também pondera que a posse de maconha não deveria ser crime, segundo dados do Instituto Australiano de Saúde e Bem-Estar.
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