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Procura-se investimento


Não há como negar: a maconha está se despindo do rótulo de planta infame para ganhar destaque no mainstream. E olha, isso não é papo de maconheiro, não. De fato, empresas e projetos canábicos surgem em uma frequência impressionante, e, principalmente, são ancorados por investidores de peso, especializados e com capital para elevar o mercado da maconha a outro patamar. Recentemente, por exemplo, a Nasdaq anunciou a entrada da primeira empresa de cannabis na bolsa de valores dos Estados Unidos, a canadense Cronos Group, enquanto a Grécia aprovou o projeto de lei que legaliza a produção e venda de maconha medicinal no país, em uma tentativa de revitalizar sua economia.



O Who is Happy, aplicativo do qual sou co-fundador, é um exemplo de que é possível, com planejamento e estratégia, conseguir investidores dispostos a apoiar um empreendimento canábico. Fomos selecionados para participar de um programa de aceleração para startups canábicas da CanopyBoulder, e, através desse projeto, pudemos receber um aporte financeiro que garantiu o investimento em tecnologia e desenvolvimento para o app. E o universo de grupos de investimento especializados em cannabis vai muito além da minha experiência com a CanopyBoulder - há muitos outros grupos, inclusive no Brasil, dispostos a apoiar grandes ideias canábicas.


A Privateer Holdings, sediada em Seattle, Washington, foi fundada em 2010 por três profissionais especializados em capital de risco e bancos de investimento. Brendan Kennedy, Michael Blue e Christian Groh passaram mais de um ano realizando pesquisas detalhadas sobre o mercado canábico e, em outubro de 2011, lançaram a Privateer Holdings como a primeira empresa de capital privado focada exclusivamente no setor de maconha. A iniciativa foi tão bem aventurada que atraiu a atenção de investidores do calibre de Peter Thiel, criador do Paypal, que anunciou sua participação minoritária na empreitada em 2015. No fim do ano passado, a empresa anunciou que arrecadou US$100 milhões para investir em mais startups canábicas.


O grupo usa investimentos estratégicos na indústria de cannabis para adquirir e criar marcas mainstream, profissionalizando o cenário empresarial da cannabis. Em uma indústria estigmatizada por percepções negativas e práticas comerciais precárias, a Privateer Holdings eleva as expectativas dos consumidores através de um portfólio enxuto, mas coerente. A empresa investe em quatro empresas, a Leafly, a Tilray, a Marley Natural e a The Goodship, em um leque diversificado e, ao mesmo tempo, harmonioso. As empresas sob as asas da Privateer convergem em mídia e permitem ao grupo uma comunicação fluida e abrangente.


A Casa Verde Capital, por sua vez, é um grupo formado por quatro ganjapreneurs, entre eles o rapper Snoop Dogg, que começou a operar em 2015 e atualmente possui seis empresas em seu portfólio de investimentos, entre elas a Eaze, uma plataforma de ecommerce e logística de cannabis medicinal, a Cannalysis, um laboratório de testes para cannabis, e a Leaflink, uma plataforma para o mercado B2B da maconha, que, em novembro do ano passado, recebeu um aporte de US$ 10 milhões em uma rodada de investimentos Série A. O grupo foca em estabelecer parcerias com empresas que oferecem serviços auxiliares à cannabis em estágio inicial, nas quais investe um montante inicial que varia entre US$ 250 e 500 mil. A categoria que define o escopo de atividades da Casa Verde inclui tecnologia, saúde e bem-estar, serviços financeiros, mídia e compliance.


Não vou dizer que a tarefa de conseguir um investimento estrangeiro seja fácil - assim como há oportunidade, há concorrência. Mas acredito que projetos inovadores, autênticos e sintonizados com a demanda de uma fatia de consumo específica, têm o poder de despertar o interesse de peixes grandes e brigar por um lugar ao sol no Green Rush.









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