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Primeiras impressões de um país legalizado


Acabei de chegar em Montevidéu, no Uruguai, e precisava fumar um baseado. Por conta da epilepsia, a falta de rotina, de sono, e a mudança, com todo o significado que ela carrega, são gatilhos para pequenas crises convulsivas – e a cannabis sempre me ajuda a controlar tais situações.


Bem, acho que no fundo todo maconheiro pensa em chegar no Uruguai e encontrar uma cena canábica intensa logo de cara. Aos desavisados, vale um alerta – diferente do que se vê em Vancouver, no Canadá, onde morei por um tempo e vivi o lifestyle da cannabis nas ruas, nas feiras e dispensários, em Montevidéu é outra história. É claro que, como bom maconheiro e paciente, não demorou muito para eu estar na praia com meu baseado, brisando sobre como será viver um mundo canábico pelos cantos do planeta.


O fato é que vi uma relação muito respeitosa dos cidadãos uruguaios com o tema, de modo geral. Durante uma caminhada para me familiarizar com a cidade que será minha casa por um tempo, parei em várias farmácias para conversar sobre o consumo de cannabis por aqui, e fazia sempre a mesma pergunta a todos: aonde posso comprar cannabis por aqui? Geralmente, as pessoas, principalmente as mais velhas, sem nenhum preconceito respondiam explicando exatamente como funciona a regulamentação sobre o comércio e consumo de cannabis no Uruguai.


Pelo que senti com essas conversas, a legalização da cannabis é mais vista como um fator social e político do que realmente fruto de uma cultura canábica influenciando a tomada de decisão. À primeira vista, me parece que os uruguaios são muito politizados e abertos a ter uma conversa aberta e franca sobre o tema.


Alguns amigos me indicaram conversar com o pessoal das grow shops sobre “regalos”, presentes (em forma de buds) perante uma compra realizada. Não é que eles vão te dar a cannabis simplesmente, nem que eles vendam em um formato de dispensário, como vocês podem ver em nosso canal no Youtube. É mais sutil. Comprei, em duas ocasiões convenientes, sedas que vieram com buds, com uma poda feia, cheio de fertilizantes, e sem um gosto agradável – bem diferente dos mercados canadense e americano.


Nesses poucos dias, já pude observar um turismo em busca de cannabis e experiências voltadas para esse mercado, mas também um certo amadorismo e falta a capacidade de entender como o formato estatal funciona. Por mais que a experiência uruguaia seja uma referência para o mundo, em meus dois dias de percepções imediatistas e não conclusivas sobre o tema, percebi que o tráfico ainda existe e que algumas brechas foram encontradas para o desenvolvimento de um mercado paralelo, que comercializa cannabis de baixa qualidade para atender às demandas. De acordo com um levantamento do Instituto de Regulação e Controle da Cannabis (IRRCA) do governo do Uruguai, 54% da população que consome cannabis o faz de maneira legal no país.


Com impressões de quem chegou agora e sabe que tem muito que aprender, vou compartilhando conteúdo com profundidade sobre o tema ao longo da minha passagem por aqui. Acompanhe nosso trabalho pelo Instagram para acompanhar nossa jornada em terras canábicas - amanhã, sexta, dia 9/11 às 20h, estarei ao vivo para trocar essa ideia por lá.


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