Levantamento traça potencial do mercado de cannabis na América Latina
Com o movimento global de desenvolvimento da indústria de cannabis, não faltam olhares para a América Latina, considerada uma região estratégica tanto para o cultivo quanto para o consumo da planta. De acordo com o primeiro levantamento da Prohibition Partners para a América Latina, o mercado totalmente legalizado de cannabis deve ultrapassar US$ 12 bilhões até 2028 na região, considerando os escopos medicinal, industrial e recreativo dessa indústria. A metodologia da análise considera, para efeitos de projeção, que até 2023, os onze países incluídos no levantamento tenham regulamentado a maconha medicinal e seu uso recreativo. "América Latina tem um mercado prospectivo de mais de 500 milhões de consumidores adulto e 4,3 milhões de pacientes, tornando-se uma prioridade na estratégia global das empresas de cannabis", afirma o documento.
O Latam Cannabis Report oferece o mais extenso perfil do mercado latino-americano de maconha até o momento, examinando a legislação, a regulamentação, as oportunidades comerciais e o tamanho de mercado em 11 países, incluindo o Brasil. De acordo com a pesquisa, alguns fatores decisivos, como clima favorável ao cultivo, mão de obra de baixo custo e a disponibilidade de terras agrícolas fazem a região atrair grandes investidores e empresas internacionais de cannabis. Só a Colômbia, por exemplo, já emitiu 142 licenças para o cultivo e produção de cannabis. Os custos de instalação e construção de empreendimentos também são atrativos, já que equivalem a 80% menos do que na América do Norte e Europa. "A América Latina está pronta para atender à crescente demanda, mas enfrenta a concorrência internacional. Investidores e as empresas de cannabis em todo o mundo devem agora examinar o verdadeiro valor do cultivo", conclui o levantamento.
Por outro lado, o estudo leva em conta as barreiras políticas que impedem o avanço desse mercado na região. "O valor é abundante no mercado, mas a escala da oportunidade é negada pela complexidade da regulamentação", aponta o documento. Dos países analisados, todos, exceto o Panamá, legalizaram a cannabis medicinal, enquanto no viés recreativo, apenas Uruguai e Colômbia têm políticas públicas avançadas. Quando o assunto é cânhamo, setor que pode arrecadar sozinho US$ 12.6 milhões até 2028, apenas cinco países da lista legalizaram a produção e o comércio de cannabis industrial.
No Brasil, a Prohibition Partners aponta que o país tem grande potencial para a cannabis medicinal, já que estima-se que cerca de 3 mil pacientes obtiveram autorizações de importação de medicamentos à base de cannabis entre 2016 e o início de 2018. De acordo com o levantamento, o valor de mercado de cannabis no Brasil, pensando na legalização completa da planta, poderia chegar a US$ 342,3 milhões em 2028.
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